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Sobre pagar a pilhagem


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Carta a muitos amigos

No Brasil a operação Lava Jato já conduziu à cadeia dois PCA de super empresas um outro dum Banco, o senador chefe da bancada do partido no poder e mais se espera.
À volta do Presidente Lula, lutador pelos direitos dos trabalhadores e da Presidente Dilma, antiga guer­rilheira antifascista, estabeleceu-se um círculo para a pilhagem do Esta­do e das empresas.
As personalidades de Lula e de Dilma não se coadunam com as infâ­mias. Mas… O olho do dono guarda a vaca, boa- fé, falta de vigilância, o tempo nos dirá e talvez a Justiça se faça.
Duplicou o preço do arroz na minha terra e no país, como o do pão, do óleo e o que adiante se verá, sem esquecer que o transporte no chapa vai cedo ou tarde seguir.
Haverá os que podem apertar o cinto e diminuir no café, cerveja ou whisky, no bacalhau e salmão, porém quem vive no limiar do salário mínimo se apertar o cinto e criar novos furos corta a coluna! Vêm as festas, o início do ano lectivo, as fardas, os cadernos, os lápis e canetas. O que fazer?
O dólar que dizia-se chegar a 50 em Dezembro agora suspeita-se que ascenda para mais de 70! Não nos pagam em dólares, não vivemos de dólares, muito importamos e os insumos porque pagos em moeda forte, aqui transformam-se em subidas em espiral dos artigos que consumi­mos.
Porquê esta catástrofe? Quem vai pagar a conta, a dívida, porquê estas somas fabulosas para pagarmos como se criaram e nos dizem, agora, haverem aumentado em mais de 1/3 de um ano para outro?
1. Fizeram-se obras faraónicas para ministérios, presidências edifícios da Justiça, mas as conservatórias onde estão registadas as nossas vidas não possuem um sistema de alarme de incêndios ou sequer guardas e extintores. Eu fiquei sem registo de nascimento! O Minis­tério da Agricultura por duas vezes, maravilhosamente ardeu! Viva o saber fazer e saber como organizar-se!
2. Fizeram-se pontes em Caia e Tete, novinhas, ninguém ponderou que numa ponte podem passar tanto viaturas como comboios, persisti­mos em ficar sem ligação ferroviária entre o Centro e o Norte e to­dos sabendo que também havia carvão na margem Sul do Zambeze, majestaquimente ignorou-se este detalhe insignificante (?).
3. Destrui-se o pulmão verde na baixa de Maputo, negociou-se (como?) o Parque dos Continuadores, o Bairro Militar, a Cadeia Central, a FACIM, para proveito de quem? Mistério!
4. Entregaram-se as obras da Julius Nyerere a empresas mais que duvi­dosas, uma delas até deixou morrer sete trabalhadores por incúria. Quem beneficiou?
5. Que histórias se contam sobre a Circular e a Ponte para a Catembe? Beneficiam a quem? Quanto custam? Não havia alternativas menos onerosas e igualmente eficientes, quando os valores despendidos mais que cobrariam a ligação Tete Mutarara, Tete Zumbo, Cuamba Lichinga, Guro Chimoio, Pemba Mueda, etc?
6. Quanto atum pesca por dia a dita EMATUM no lodo do cais onde estão atracadas as embarcações? Quem beneficiou disto?
7. Para onde vão os dinheiros da EDM, TDM, Correios, FIPAG, LAM para nos subirem os preços e baixarem em simultâneo a qualidade? Quem beneficiou disto?
8. À boca pequena muitos falam das comissões (comichões) recebidas por A e B e a começar do cimo. Nos transportes públicos o nome mais carinhoso dado diante de todos a um certo dirigente é ladrão! Popularidade abaixo de zero para quem sempre cultivou um ego desmedido.
Diz-se que quem semeia ventos colhe tempestades.
Que greves, que manifestações estamos a procurar? Que motins es­tamos nós a provocar?
Uma operação Lava Jato como a brasileira ajudaria Moçambique e sobretudo faria o povo reganhar confiança no seu Estado e no partido que nele manda.
Os resultados das municipais, legislativas e mesmo das presidenciais não forçam todos a reflectirem?
Contentamo-nos com afirmações idiotas de lambe botas sobre vitó­rias retumbantes, quando alguém e bem o disse foram mais que tom­bantes?
Haverá vontade de entregar o poder a maiores gatunos, irresponsá­veis, gentes que se querem vingar da punição a traidores da pátria? Viga­ristas notórios além dos actuais e bem conhecidos?
Pobre Nyusi, pobre Maleiane gerirem cofres vazios e esvaziados pelas elites predadoras, do topo à base, apaniguados, familiares, amigos da onça deste país?
Quando nos inícios do século XX a regra de partilha entre o país produtor de petróleo e gás era o chamado fifty-fifty, metade para a operadora e metade para o país, quem violentou a regra secular e para benefício de quem?
Nas cadeias não existem celas para predadores deste país e seus apa­niguados? Só há lugar para o dito pilha galinhas e vendedor de uns charros? Que benefício se retira para o país do nosso carvão, tantalites, florestas, ferro, pedras preciosas?
Em tempos um (a) dirigente (a) respondeu-me à mensagem que a Ar­gélia, que já havia a seu favor alterado a regra secular do fifty-fifty estava pronta a custo zero a apoiar-nos nas negociações de hidrocarbonetos de um modo bem seguro e arrogante:
Não precisamos, já temos melhor!
Ando desesperadamente à procura desse melhor! Só constato que nada beneficiamos, que muitos nem pagam impostos porque benefi­ciam de isenções e nem sequer apoiam as populações que deslocam para eles explorarem os nossos recursos.
Talvez a Gabinete contra a Corrupção e a PGR começarem a investi­gar os ditos intocáveis que um antigo PGR mencionou na Assembleia da República.
Sob juramento e com o risco de acusação de obstrução da justiça, e talvez de cumplicidade, que denuncie quem goza de intocabilidade e se encontra acima da Justiça, da Lei e da Ética.
Creio que bem precisamos de uma operação tipo Lava Jato, para bem da Pátria, do governo em exercício e dos cofres do Estado que devem reaver as pilhagens e comichões de A e Z. Pouco interessa quem pilhou meia dúzia de milhões de Meticais, o fundamental quem se beneficiou directa e via familiares e subordinados de centenas de milhões de dó­lares e muitos e muitos biliões de Meticais. Cadeia e trabalho duro para os gatunos e quanto mais importantes melhor para a dignidade da Pá­tria e do Estado.
Abraço este sonho e quem o fizer materializar.
P.S. Não chegou o tempo de aprendermos algo do Presidente Magu­fuli da Tanzânia e o corte das alcavalas? Faz sentido que um PCA até com mau desempenho ganhe várias vezes mais do que o mais alto ma­gistrado da Nação? Sobretudo quando a empresa vive de subsídios do Estado? Honestidade e para tal um meu abraço.
SV

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